Ontem, recebi meu primeiro convite para uma reunião do colégio e senti um misto de juventude e velhice. Imagino que JK Keller se sinta assim quando mergulha em The Adaption to My Generation, um projeto contínuo de fotos diárias, em que o artista cria um autorretrato por dia — “até ele morrer”, conforme o jornal Daily Mail relatou com sutileza em 2010.Publicado no Vimeocom o título "Idiot continues to take daily self-portrait for 16 yrs despite better projects, longer projects, more popular projects, his face” (“O idiota continua tirando autorretratos diários há 16 anos apesar de projetos melhores, mais longos e mais populares, seu rosto”), Living My Life Faster é a última versão em vídeo dos resultados de seus esforços. Em três minutos e 25 segundos, Keller, que acabou de lançar "remasterizações" superpsicodélicos de Seinfeld, Simpsonse todos esses clássicos da televisão, viaja de 1998 a 2014 num fluxo impressionante de imagens sobre fundo branco (como o projeto Every Day, de Karl Baden) — uma sequência mais uniforme que os vídeos de selfie de Noah Kalina (graças ao plugin de estabilização de imagem do Adobe After Effects), que apresenta uma mudança mais dramática que o projeto de Dan Hanna. A trilha sonora, que, segundo Keller, “deriva de uma versão black midi de 'Night of (K)Nights’”, confere à obra uma energia frenética, e tempera a expressão vazia que o artista mantém constante ao longo dos anos. “Quero que a imagem seja ‘sutil e objetiva’ ao máximo”, Keller explica em sua página de perguntas e respostas, “tento extrair um sentimento específico do que aparenta ser um semblante inexpressivo. Às vezes, é possível abstrair muita coisa da maneira como os músculos se situam no rosto. Tá, é quase impossível enxergar essas coisas quando as imagens estão pequenas assim, mas acredite, elas estão presentes.”
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