O Filippo Fiumani é um dos ilustradores com o qual temos o (super) prazer de colaborar. Há uns dias inaugurou uma exposição em Lisboa, na Galeria Abraço, perto da Praça dos Restauradores, e nós fomos até lá. As fotografias estão a cargo da Ania Otaola.É designer e artista, e nasceu em 1987, em Loreto, Itália. Trabalha como ilustrador. Sente uma profunda paixão pelas viagens, pela música, pelo skate e pelo surf. Completou um mestrado no IADE, e o seu amor pelas ondas falou mais alto. Por isso agora vive, feliz e contente, na cidade de Lisboa.Em 2000, através do skate, experimentou o graffiti, e deste então estas duas modalidades andam de mão dada na sua vida.Mudaste muito durante o teu percurso como ilustrador? Quais foram os temas e as técnicas pelos quais passaste?Sim. Mudei muito em termos de técnicas. Passei por uma longa fase de graffiti e street art, o que me levou a experimentar o stencil, o lettering e a escultura.Acho que a mudança foi menor em termos de temas. Tentei sempre criar imagens que pudessem gerar uma pergunta no interior de quem as vê, por isso muitas vezes o meu trabalho é sensível às questões sociais.Às vezes, para fugir da realidade, gosto de explorar temas mais folk e outsider. Gosto da natureza e do mar tanto quanto gosto de ver uma cidade respirar através das suas paredes.Quando publicas desenhos na VICE é sempre em forma de série. É uma coisa que fazes normalmente, ou seja, escolher o formato série? Porquê?O facto de publicar os meus desenhos em série tem a ver com a necessidade de poder dizer algo mais, de forma mais completa. Sigo a VICE desde que tenho 16 anos, e sempre gostei da sua linha gráfica (sempre rica em imagens). Talvez a VICE também me tenha influenciado, se pensarmos bem.O teu trabalho não se limita ao desenho. Podes explicar um pouco que outras coisas fazes? Com quem? Como?Sim, a paixão pelo desenho não é a única que tenho. Gosto muito de criar objectos, que às vezes são peças mais contemplativas, e noutros casos, objetos úteis do dia a dia. Gosto de experimentar coisas óbvias e torná-las menos óbvias. Trabalho sozinho, mas tambem com amigos, como é o caso d'OS ITALIANOS, que moram na Caldas da Rainha, e que criam muitos objetos de forma artesanal e sustentável.Fala-nos um pouco da forma como montaste esta exposição.Esta exposição foi curada pela Catarina Palma. Ela ajudou-me a dispor as peças e a tomar algumas decisões. Aproveito para agradecer também à Sara Morais.Filippo Fiumani + Futuro = ?Neste momento estou com muitos projectos, dos quais destaco dois:FAZ-TU, que é um programa televisivo/online, onde em cada episódio criamos um objecto a partir de material encontrado no lixo, ou material encontrado em casa, e que tenha perdido a utilidade para o qual foi desenhado.Depois há outro que se chama SANTI boards. É uma marca que estou a criar com um colega e que está ligada ao mundo do Surf e do Skate, paixões que já mencionei antes, e que me acompanham sempre. Produziremos sobretudo pranchas, de forma sustentável.As fotografias são da autoria da Ania Otaola.
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