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arte contemporanea

Por dentro do processo criativo de Tunga

O escultor recebeu nossa equipe para apresentar seu "pensatorium" e seu "laboratorium" no Rio de Janeiro.

Crédito: Vicente de Paulo

Registrado em cartório como Antônio José de Barros de Carvalho e Mello Mourão, o artista pernambucano Tunga, de 64 anos, está sempre em busca de quem é. Tunga, a rigor, é o nome de seu nome – ou seja, um apelido. “O que eu trato de fazer é procurar os outros nomes do meu nome”, diz. Nessa busca dentro e fora de si, formou-se arquiteto nos 70 e, mais tarde, ao longo da vida, se tornou escultor, desenhista e ator de performances.

Hoje o que ele faz é arte da mais inusitada em seu ateliê – chamado por ele de pensatorium. Até esse espaço ganhar forma entre quatro paredes, a inspiração surgia em sua rede. As ideias “surgem dos lugares mais inusitados”, afirma Tunga. Uma de suas obras expostas em Inhotim, em Minas Gerais, mistura performance e escultura. Intitulada True Rouge e chamada por ele de “instauração”, nela, atores nus interagiram em um espaço com redes e derramavam sobre si um líquido viscoso e vermelho, que remetia aos ciclos vitais.

Mesmo o espaço físico não sendo limitador do processo criativo, o ambiente em que as ideias tomam forma o artista denominou de laboratorium. “Nesse lugar, a gente faz poesia, basicamente. A gente faz música, digamos, com coisas, com matérias, com formas”, detalha. O recinto é fruto de uma reflexão de uma construção de quatro anos, conta, e fica na cidade do Rio de Janeiro, onde o artista recebeu a equipe do The Creators Project para conversar sobre suas criações e mostrar como elas tomam corpo.